Estamos no Fevereiro Laranja, mês dedicado à campanha de combate à Leucemia e à conscientização sobre o cadastro de doadores voluntários de medula óssea.
Estima-se a existência de 11.540 novos casos de Leucemia para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, o que corresponde a um risco estimado de 5,33 por 100 mil habitantes, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres.
O que é
A Leucemia ocorre quando células super-populam a medula, substituindo as células saudáveis, dando origem a diferentes variáveis da doença, sendo as mais comuns a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), Leucemia Mieloide Crônica (LMC), Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e Leucemia Linfocítica Crônica (CLL).
Quanto mais tempo demorar o diagnóstico, maior será a incidência das versões crônicas. As versões agudas, por sua vez, costumam ser mais comuns em crianças e adolescentes, mas também acontecem em fase adulta.
O importante é falar sobre o assunto, tratar de políticas públicas de prevenção e conscientização, pois se detectada e medicada em fase inicial, tem grandes chances de cura, principalmente em pacientes mais jovens.
Pacientes acometidos pela doença podem ser assintomáticos, desenvolvendo sintomas de lenta progressão, como hematomas, manchas vermelhas no corpo, ínguas, sangramentos anormais, fadiga e perda de peso. Quando suspeitado, hemograma (exames de sangue simples) e biópsia de medula óssea são os responsáveis pela confirmação do diagnóstico. Se confirmado, o paciente é então encaminhado para ser acompanhado por um especialista em hematologia, para definição da melhor conduta de tratamento.
Tratamento
Como em quase todos os casos de câncer, a detecção precoce é fundamental. O tratamento sistêmico com quimioterapia é o carro chefe no tratamento das leucemias, sendo que em alguns cenários há necessidade de complementação terapêutica com um transplante de medula óssea (a “fabrica” dos glóbulos sanguíneos – que tem esse nome por ficar justamente dentro dos ossos de nosso corpo).
O transplante de medula óssea é umas das revoluções médicas do século XX, sendo seu idealizador, o médico americano E. Donnall Thomas, premiado com o Nobel de medicina em 1990. O seu trabalho possibilitou aumento em taxas de cura antes baixíssimas para até 90% em alguns casos.
Quando indicado, o transplante de medula óssea é precedido por tratamentos de quimioterapia e radioterapia que destroem a medula óssea doente, que será então substituída pela medula saudável de um doador.
Radioterapia
A técnica de radioterapia utilizada na preparação dos transplantes é chamada de TBI, uma sigla em inglês para radioterapia de corpo total (total body irradiation). A técnica de TBI é dominada e utilizada em poucos centros oncológicos do país, incluindo a capital paranaense, onde virou referência nacional.
Segundo os radio oncologistas da clínica, a terapêutica confere precisão na aplicação do método para a preparação dos transplantes de medula óssea. O procedimento consiste na exposição de todo o corpo do paciente à uma quantidade de radiação, de forma segura e controlada, com muito rigor técnico e protocolos específicos, preparando o paciente para passar pelo transplante.
O TBI cria um ambiente específico dentro do corpo do paciente, destruindo a medula doente, liberando espaço físico dentro dos ossos, para a nova medula. Esse procedimento, e em alguns casos, aumenta as chances de sucesso do transplante de medula, contribuindo para que não ocorra a rejeição da nova medula recebida.
O TBI é proposto e definido pelo hematologista, em conjunto com o radio oncologista, avaliando o paciente em consultório e, então, define-se a técnica e dose a ser aplicada para cada caso.