Maio Vermelho: comunidade médica alerta sobre conscientização para o câncer bucal

O número estimado de casos novos de câncer da cavidade oral para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 15.100 novas pessoas. Os dados são do INCA

O câncer de boca é considerado um tumor agressivo e de rápida evolução que afeta os lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca, é importante observar gengivas, bochechas, céu da boca e língua (principalmente as bordas), além da região embaixo da língua. A doença é mais comum em pessoas brancas e ocorre mais frequentemente no lábio inferior. A cada ano, somente no Brasil, mais de 15 mil novos casos são registrados, predominantemente entre pessoas do sexo masculino.

O tabaco é o principal vilão, mas o consumo abusivo de bebida alcoólica e a má higiene oral também pode ser responsável pela doença. O diagnóstico precoce é essencial, pois permite a cura de 95% dos tumores em fase inicial, de acordo com o Dr. Gustavo Smaniotto, radio oncologista do Instituto Radion – clínica que é referência no tratamento em radioterapia para diversos tipos de câncer.

O tabagismo é considerado uma pandemia, ou seja: enfermidade amplamente disseminada. O Brasil registrou cerca de 132 mil óbitos em apenas um ano em virtude do tabaco.

Combate ao tabagismo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que, oferecer ajuda para que uma pessoa largue o cigarro, é essencial para uma melhor qualidade de vida da população. Todos os estados brasileiros contam com serviços próprios do SUS para o tratamento daqueles interessados em abandonar o cigarro. No Paraná o programa é coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde. Cigarros eletrônicos também são perigosos e, em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), manifestou-se no sentido de manter as regras que proíbem a comercialização, importação e propaganda do produto.

Ainda de acordo com a OMS, a prevenção pode ajudar a reduzir a incidência do câncer bucal em até 25% até o ano de 2025.

Sintomas que devem ser observados:

  • lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias;
  • manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha);
  • nódulos (caroços) no pescoço;
  • rouquidão persistente;
  • Dificuldade de mastigação e de engolir (normalmente em casos mais avançados)
  • Dificuldade na fala (normalmente em casos mais avançados)
  • Sensação de que há algo preso na garganta (normalmente em casos mais avançados)

“Se o paciente percebe uma lesão que, em um período máximo de 15 dias, não evolua para cicatrização, é essencial acompanhamento médico para um exame completo. Consultas de rotina ao dentista também favorecem o diagnóstico precoce do câncer de boca”, alerta Dr. Gustavo.

Tratamento

Se diagnosticado em fase inicial e tratados de forma correta, a maioria dos casos têm cura. Cada paciente apresenta uma forma e evolução da doença, mas geralmente o tratamento combina cirurgia oncológica e/ou radioterapia. O médico oncologista é quem determina a melhor conduta.

“Os pacientes podem passar apenas por cirurgia, apenas pela radioterapia ou ainda usar os dois métodos de forma associada. São técnicas com bons resultados nas lesões iniciais e a indicação vai realmente depender da localização do tumor e, acima de tudo, das alterações funcionais que possam ser provocadas pelo tratamento. As lesões iniciais são aquelas restritas ao local de origem”, acrescenta o especialista do Instituto Radion.