Dados do INCA mostram que no Brasil, entre os anos de 2020 e 2022, cerca de 5.920 casos de leucemia foram diagnosticados entre os homens e 4.890 entre as mulheres. Os valores confirmam um total de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres.
Para os brasileiros, a doença é a 9ª mais comum entre os homens e o 11º entre as mulheres, afetando crianças e adultos em diferentes fases da vida. Conhecida também como câncer no sangue, a leucemia afeta os glóbulos brancos e geralmente tem origem desconhecida, sendo formada pelo acúmulo de células doentes na medula óssea que é considerada a fábrica do nosso sangue.
Essas células entram na medula e substituem as células saudáveis, dando origem a diferentes variáveis da doença, sendo as mais comuns a leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL).
Quanto maior a idade, maior será o risco das versões crônicas. As agudas, por sua vez, costumam ser mais comuns em crianças e adolescentes, mas também acontecem em fase adulta. O importante é falar sobre o assunto, tratar dessas políticas públicas de prevenção e conscientização, pois se detectada e medicada em fase inicial, tem grandes chances de cura, principalmente em pacientes mais jovens.
Pacientes acometidos pela doença podem ser assintomáticos, desenvolvendo sintomas de lento crescimento, como hematomas, sangramentos, fadiga e perda de peso. Quando acontece, hemogramas são os responsáveis pela confirmação do diagnóstico, associado a outras análises laboratoriais como exames de bioquímica e da coagulação. O paciente é então encaminhado para ser acompanhado por um especialista em hematologia para definição da melhor conduta de tratamento.
Tratamento
Como em todos os casos de câncer, a detecção precoce é fundamental. Além da quimioterapia e do transplante de medula óssea, como terapêuticas à doença que são muito discutidas e conhecidas, existe outro tratamento que também faz parte do importante protocolo à cura do paciente: TBI – Total Body Irradiation (irradiação total de corpo). Uma inovação presente em poucos centros oncológicos do país, mas que já está na capital paranaense, onde virou referência, trazendo pessoas de todo o país para tratamento.
“No Radion – Instituto de Oncologia e Radioterapia de Curitiba – já temos experiência com esse método e o empregamos entre pacientes que vão passar pelo TMO – transplante de medula. O procedimento faz uma irradiação por completo no paciente, de forma segura e controlada, com muito rigor técnico e protocolos específicos, preparando o paciente para passar pelo transplante”, acrescenta Dr. Gustavo Henrique Smaniotto – radio oncologista do Radion.
A irradiação, sempre indicada pelo hematologista ou oncologista, cria um ambiente específico dentro do corpo do paciente, facilitando o sucesso do transplante de medula e contribuindo para que não ocorra a rejeição da medula recebida pelo corpo do paciente. O procedimento inicia pela consulta, seguido da definição da indicação e dose de radioterapia a ser empregada. Em seguida, o paciente é encaminhado ao acelerador linear (modalidade de radioterapia e passa pela sessão – que dura aproximadamente uma hora e pode ser realizada em uma única dose ou mais de uma, a depender do tipo específico de doença.
Sintomas da leucemia
– A leucemia provoca redução dos glóbulos brancos, o que significa baixa imunidade. Com isso, o organismo fica mais propenso a contrair infecções graves ou recorrentes.
– Pode desencadear anemia e sintomas como: fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça.
– A diminuição de plaquetas também é um sintoma, provocando sangramentos (principalmente no nariz e gengiva), além de manchas rochas na pele.
– Gânglios linfáticos inchados, principalmente na região do pescoço e axila.
– Febre e suores noturnos.
– Perda de peso.
– Desconforto abdominal.
– Dores nos ossos e articulações.
– Se a leucemia afetar o sistema nervoso central, o paciente ainda pode ter dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.
Como fazer para ser um doador de medula óssea?
– Ter entre 18 e 35 anos de idade (Portaria nº 685, de 16 de junho de 2021 – abre em nova janela)
– Estar em bom estado de saúde
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite)
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).